terça-feira, 14 de junho de 2011

Queria não acordar.

Doloroso, acordar no meio da noite e não sentir seus braços envolvendo meu corpo, sua respiração falhada e brusca, abrir os olhos e ver que não estou com o rosto sobre seu peito como eu costumava estar, saber que substitui seu calor por meros cobertores. Destruidor, saber que tudo que já passei e privilégios que desfrutei ou poderia ter desfrutado, hoje estão sendo acolhidos por outra qualquer, a mesma que você chama das coisas lindas que me chamava a mesma que você trata como me tratava, a mesma que você briga e xinga como fazia comigo, parece louco mas eu sinto falta disso e essa falta derruba qualquer estrutura que eu tenha montado pra me sustentar um dia. Sair pela rua correndo em busca de te encontrar por acaso em uma esquina e me deparar com seu abraço sendo dado a outra que poderia ser eu e fui eu um dia me fez renunciar minha existência. Saber aonde você estará e que horas estará e talvez até como estará, apenas um fato significante por te conhecer tão bem, mas que me obriga a ir em tal lugar apenas pra te observar de longe (só mais uma medida desesperada) e mais uma vez me certificar de que você se foi e que definitivamente não vai voltar e se voltar será por tempo limitado e após isso só receberei uma porção de sofrimento em dobro. Mais uma vez como se estivesse em uma chuva fria eu procuro um abrigo qualquer, na esperança de que alguém abra uma porta e me oferece algo para beber e que comigo fique até que depois do meu desabafo eu posso dormir com uma enorme vontade de que não acorde mais.