terça-feira, 29 de novembro de 2011

Da garganta pra fora.

Era um dos sorrisos mais lindos que eu havia visto, era um olhar cativante, tinha um jeitão bem grosso mas que no fundo sempre teve doçura. Queria me conquistar, me disse que eu podia confiar, e eu sem mais aceitei tudo, larguei o meu mundo e me perdi naquele amor. O tempo passou o sentimento acabou, mas em mim algo ainda ficava ; algo ainda restou. Não queria fugir, mas pra te esquecer ; pretendo sumir. Vou sair, esquecer meu endereço, seu telefone espero que um dia esqueça seu nome e talvez tudo que vivenciamos. Quero sentar um dia na minha varanda sozinha, sentir a brisa e então recordar que um dia tive coragem de nunca mais retornar. Sem campo de guerra, sem farda engomada e coturno preto na beira da cama as 6 da manhã, sem sorriso forçado, olhar embaçado e abraços convencedores. Não olhar pro cabideiro e lembrar que a porta do seu quarto ringia, seu gato de baixo da cama saia e você brincava comigo que tinha medo que eu o machucasse. Quando estiver de frescura com outra alma qualquer, vou lembrar que sempre que brigava contigo tentava ser mais mulher. Quando estiver andando sozinha por ai, vou lembrar do barulho estranho que você fazia enquanto dormia e das coisas que me dizia antes de dormir. Vou lembrar de todos os sustos, ainda mais dos meus surtos que você bem no mundo adorava. Vou lembrar do diferença de tamanho, talvez da cor do carro, dos planos que fiz pro nosso futuro e que nunca chegaram a se tornar realidade, quando estiver em um lugar bonito com casais sorrindo, vou imaginar que em algum lugar do mundo você vai estar fazendo a mesma coisa que eu, só que pensando em outro alguém ou talvez na companhia de outro alguém. Quando tudo acabar ; quando esse sentimento terminar eu vou poder lembrar de tudo que passou e desejar que se algum dia você se importou e se realmente me amou nunca mais me deixe saber.