domingo, 29 de janeiro de 2012

Mais um minuto em vão.

Fui fruto de um silêncio ensurdecedor, de um amor falso, de uma intimidade fútil, de sentimentos sem sentido ...
Onde hoje posso afirmar que sussurros me irritam, um choro aqui, um grito ali e meu mundo está perto de desabar, quero um colo fofo, um cafuné que me transmita segurança, quero um abraço da mamãe que não me pertence mais, quero aquela atenção extra que nunca foi voltada a mim, quero uma vida que não me pertence e talvez nunca venha a pertencer.
Fui em busca da infância perdida, daquela mãe merecida que me surpreendeu com dois irmãos, talvez não fosse ciumes, talvez fosse falta de carinho ou medo de ter crescido, talvez fosse vontade de ser reprendida e depois ver aquela mão bem mais que amiga, acariciando o meu cabelo e pensando no meu futuro. Queria a atenção de um bebê, a atenção que recebem meus irmãos, mas me sobra idade e maturidade pra isso. Me senti infeliz ao presenciar certas coisas monótomas que mães e filhos vivem todos os dias, mas que eu não vivi. La no fundo me vejo como se a unica parte de filha que me restasse fosse a responsável para então tomar conta dos irmãos ...
Pois faltam-me palavras para descrever a frustração de não ter então a atitude de mãe e carinho materno, o grande amor de mãe ...
Tenho medo de não saber agir diante a famílias felizes, lembro-me dos poucos e únicos momentos que tive junto a minha completa.
Hoje sinto a depressão presente, fico tentando ter o que sei que não tenho e nem posso ter, queria voltar a ser criança mas sabendo das coisas que sei, pois assim talvez pudesse aproveitar mais o tempo que tive.
Tento esconder e talvez não sentir, mas a mágoa vive comigo, bem dentro de mim.
Quero voltar para casa, quero a minha meia família que vale mais que tudo, pois sei que lá poderei ver as famílias felizes e não sentir inveja ou remorso por não ter uma igual. Por não poder ter uma igual e talvez nunca conseguir ter uma ...