domingo, 18 de setembro de 2011

Texto;

É saudade ;

A saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga, Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donalds; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;  Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...
Miguel Falabela

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Faz tanto tempo ...



Eu queria poder dizer que não faz tanto tempo que compartilhamos sorrisos, que não faz tanto tempo que compartilhamos beijos, que não faz tento tempo que eu acordei em seus braços e que por ventura não faz muito tempo que eu tive certeza de que me amavas. Mas a nossa vida sempre foi muito complicada e o oposto do meu conto de fadas vive sempre presente nas linhas da minha história frustante. Tocam as musicas no rádio, os tic tac do relógio não param de perturbar a minha mente, o céu está nublado, o vento muito fraco, não há movimento nas avenidas mais badaladas da cidade, folhas voam pelas ruas mesmo sendo um inferno muito frio ... e lá naquele beco escuro aonde não chegam as folhas, aonde o tic tac do relógio não pode ser ouvido, aonde as musicas dos rádios estão ocultas ... bem la naquele canto excluso do resto do mundo existe um coração quase parando por falta de um grande amor, que antes partiu e até hoje não voltou, a menina sonhadora que carrega esse coração, hoje está impedida de sonhar, pois acredita que sem seu amor não tem mais sua vida.

Onze minutos.


Quando nos encontramos com alguém e nos apaixonamos, temos a impressão de que todo o universo está de acordo; hoje eu vi isso acontecer no por do sol. Entretanto, se algo dá errado, não sobra nada! Nem as garças, nem a música ao longe, nem o sabor dos lábios dele. como é que pode desaparecer tão rápido a beleza que ali estava fazia poucos minutos? a vida é muito rápida, faz a gente ir do céu ao inferno em questão de segundos.

Paulo Coelho