quinta-feira, 7 de junho de 2012

Reconstruindo o coração



Ando tomando forças, engolindo dores e provando de tristezas que jamais pensei que viveria de novo. Passando longe de nós, evitando que nos víssemos, me impedindo de te ouvir, de te sentir ...
Por saber que cada minuto perto, dói como uma facada no meu peito.
Achei que ponto outro em seu lugar seria o mesmo que uma capsula do esquecimento, mas jamais seria possível.
Só eu sei como dói não ter teu cobertor felpudo pra me envolver nas madrugadas frias do fim de semana. Seu gatinho nunca mais veio me fazer companhia na cama e nesses frios de outono o que eu mais sinto falta é do seu corpo que não vem me esquentar.
Eu estranho muito aquelas suas manias, das idas mais quentas e das vindas vazias ...
Sinto falta desse teu beijo, que se tornou meu maior desejo depois que decidi dar um basta em nós dois.
Não me faço perdoar, pelas promessas perdidas, nem pelas falsas despedidas que me fizeram acreditar que sem você não dá, não dá pra seguir em frente. Tem um pedaço meu que é só seu, e isso nem o tempo vai tirar, são lembranças e momentos que me fazem te querer mais e mais.
E é esse medo, que me impede de ir atrás do nosso mundo azul anil, de um gelo frio que na verdade queimava mais do que fogueira.
Mas la no fundo eu só queria que soubesses disso tudo, pois hoje em dia meu maior objetivo é reconstruir o coração.

domingo, 11 de março de 2012

Tarde cinzenta, coração embaçado ...

É como uma nevoa que nunca some, como o vento que sopra longe, como a folha que pousa ali ...
A cada momento que passa uma parte de mim se vai, mas não volta, ela morre ...
É uma dor complexa demais pra ser descrita, é como se fosse uma mistura de dor carnal com a terrível perde de seus pais ...
É um elo com a alegria que foi rompido e parece que nunca poderá ser unido novamente ...
É uma triste noite de inverno, é um cobertor furado e um travesseiro cheio de histórias e gotas de sentimento, é um ser humano perdido em um tristeza tão profunda que a madrugada prolonga-se a dias, a meses, a anos de puras e simples noites de um inverno intermináveis ...
São lembranças de momentos que não me libertam desse sentimento ...
Esse coração tolo que eu carrego comigo; são culpa dele todas essas facadas que recebo constantemente ...
São tantos planos jogados no ralo da pia junto com as lágrimas escuras por culpa   do rímel borrado ... que só não é mais escuro que a minha alma ...
Perdemos as forças para lutar,mas bem la o fundo sempre resta uma esperança. Ele nunca se vai ...
Jamais desistir do meu sonho, lutar pelos meus objetivos ...
Me parece igual, a se conformar com várias perdas e a sofrer como se fosse nada ...
Me resta tentar juntar os pedaços que restam desse inútil coração, que já fora remendado diversas vezes, mas que hoje em dia encontra-se sem alguns pedaços, talvez os mais importantes ...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

As cavernas do coração.

Hoje resolvi fazer uma coisa muito especial... abrir meu coração e ver se conseguia olhar pra tudo que tem lá dentro... sei que não é fácil, mas vou tentar... 
Vamos lá...
Estou entrando por um portal... acho que é assim a entrada do meu coração... um portal bonito com arco íris e tudo... 
...entro e vejo uma fonte jorrando uma água clarinha... beija flores e borboletas azuis voando ao redor da fonte... as flores são bem alegres e coloridas... 
Até aqui está tudo bem bonitinho... tem um gramado verde muito amplo... muito verdinho mesmo... que até dói nos olhos... porque a grama tem um certo brilho... 
Atravesso devagar o gramado e vou andando... entrando cada vez mais profundo no meu coração... 
Vejo lá longe uma montanha bonita e alta... quero chegar até lá...
... vou andando e atravessando o gramado que antecede a montanha... 
À medida que me aproximo da montanha vejo que existem algumas cavernas... chego mais perto e vejo que as cavernas me assustam um pouco... parecem escuras vistas daqui... mas assim mesmo me aproximo mais e mais... e à medida que chego mais perto, as cavernas parecem cada vez mais assustadoras...
Será que volto?... Que desisto?...
Mas apesar do frio na barriga eu avanço... vou chegando perto da primeira caverna... não consigo ver nada ... tenho mesmo que entrar pra ver o que tem lá dentro... sinto medo... um medo que me paralisa um pouco... Será que desisto e volto?
Eu posso voltar e esquecer que tenho essa caverna escura aqui e fingir que nunca vi... 
...mas... a curiosidade é maior e eu avanço... 
...estou entrando na caverna agora... ela é úmida e muito assustadora... sinto um arrepio percorrer a minha coluna... não consigo ver nada... preciso arriscar dar mais um passo no escuro...
Dou um passo indeciso... e entro... 
Paro... tudo totalmente no escuro... parece enorme essa caverna... 
...um som indescritivelmente estranho ecoa no espaço... não é um som que eu tenha ouvido ainda... parece aquele som do silêncio, mas de uma forma totalmente diferente... pelo som tenho a sensação que a caverna é enorme... dou mais uns passos indecisos no escuro e paro... 
Será que volto?.. De novo a vontade de largar tudo e voltar... mas avanço apesar do medo... Aí nesse ponto parece que alguma coisa acontece porque uma tênue luminosidade aparece lá do fundo da caverna como um foco que me guia... 
...sigo a luz e a caverna já não parece tão assustadora... ando de encontro à luz e paro um pouco assustada quando escuto um som diferente... 
...parece o gemido de uma criança... presto atenção e o som se define pra mim como uma espécie de choro... de lamento de uma criança... 
Olho pra trás... dou um suspiro profundo... e continuo... com passos ainda indecisos vou andando no escuro rumo à luz que cada vez mais me chama... 
À medida que avanço os lamentos vão ficando cada vez mais próximos... sei que estou me aproximando de uma criança que está lá em algum lugar me esperando... Mas... o medo do desconhecido ainda me faz hesitar... 
O chamado pra avançar é mais forte e eu vou decidida... esqueço todo medo e vou andando agora com passos mais firmes...
Parece que, a partir do momento que você decide mesmo, as coisas ficam mais fáceis... a luz parece que clareia mais o caminho e eu vejo um pequeno vulto lá no fundo da caverna... me aproximo com cuidado pra não assustar a criança que está ali encolhidinha... mas o barulho dos meus passos assusta a criança que se encolhe mais e mais... 
Eu paro então e falo com a voz mais doce que sou capaz... 
Olá...
Perece que minha voz consegue fazer a criança relaxar um pouco...
Ela faz um movimento com a cabeça e arrisca olhar pra mim...
Eu só consigo ver o vulto da menina e meu coração está apertado.. sinto um aperto na garganta ... aperto que tinha muito quando era criança... um nó que me sufoca...
Mas eu sinto que agora é hora de dar apoio a essa criança... e tento tocar de leve na cabeça dela... ela se retrai um pouco... mas devagar... como um bichinho assustado vai relaxando e permite que eu toque os cabelos macios...
Daí a ela se aninhar em meus braços é um pulo...
Pronto.. agora a linguagem do corpo...do toque... faz o trabalho de tranqüilizar a menina... ...com ela nos braço levanto e vou me dirigindo pra fora caverna escura...
Pergunto com muito carinho porque ela estava ali chorando sozinha...
Ela responde que tem muito medo... muito medo do escuro...
Então... como que por mágica, a caverna se ilumina toda e uma coisa maravilhosa acontece...
As paredes da caverna são revestidas de cristal de um rosa muito suave e com a luz as pontinhas dos cristais brilham como milhões de estrelinhas muito luminosas...
Eu e a menininha nos encantamos e pela primeira vez olhamos uma para a outra...
As lágrimas que saem dos meus olhos são de pura alegria e reconhecimento... aquela menina sou eu... e aqueles medos eram meus medos de criança... 
Como em um filme voltam todos a minha memória... só que agora como medos de crianças na cabeça de um adulto, com a devida compreensão... medo de escuro... medo de ficar sozinha... medo de não ser aceita...
Eu choro abraçando aquela menina que sou e que estava ali há tanto tempo sentindo ainda esses medos... medos de criança... mas que pras crianças são muito reais... e de alguma forma ainda estavam ali guardados...
Encantadas com os cristais brilhando, saímos da caverna...
Pergunto se ela ainda sente medo... 
Ela sorri um sorriso que me enche de esperança e diz que não... ela não tem mais medo... a luz mostrou que o que parecia escuro e feio não era...
As paredes de onde ela pensava poderiam sair coisas assustadoras saiam luzinhas brilhantes...
Agora ela parecia feliz ali naquele gramado verdinho... rodeada de beija flor... 
Olhei para trás... para a caverna... que agora era um ponto de luz brilhante na montanha...
... a menina que eu fui se integrou à mulher que sou... e está bem viva e feliz no meu coração...
Vou saindo pelo portal... deixando pra outro dia algumas cavernas, que sei que preciso entrar... 
... o sentimento de alegria... integração e de amor... irradio pra todo o Universo...
Rubia A. Dantés

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

- Grande amiga, mais que irmã

Me pego em sonho, em pensamento, sentada na grama ou em outro lugar, pensando sempre no mesmo erro, na mesma saudade, na mesma falta ...
Lembro das nossas brincadeiras, das brigas, das farras, das festas, das chapas, dos amigos, do que ensinei a ela, das crises de ciúmes que tínhamos uma da outra, do que aprendi com ela, dos sonhos que compartilhávamos, dos conselhos nem sempre seguidos, mas com toda as certeza dados de coração. Não saem das minhas melhores lembranças, as comilanças de nescau com colher, as guerrinhas de sabão ao lavar a louça, as pipocas de microondas com nescau, os brigadeiros de panela, os biscoitos com mate, aquela massa horrorosa que nós quase morremos comendo, as guerras de almofado com o irmão dela, a vez que mentimos pra "tia" ( mãe dela ) que eramos "namo" e assim que ela nos viu dormindo na mesma cama, quase morreu. Vão fazer muita falta as nossas trilhas sonoras no caminho de casa, as educações físicas matadas pra irmos passear, o sentimento defensor que tínhamos uma pela outra, o lanche dividido no recreio da escola, as intermináveis prestações de contas que nos metíamos, uma sempre do lado da outra. Adorávamos saber que tínhamos amores em comum, que planejamos numeras viagens e que achávamos um máximo quando alguém pensava que eramos irmãs ou parentes, ... Eram grandes diversões as merdas que fizemos sempre juntas ... Constam nessa lista de saudades os segredos que guardamos e outros que deixamos escapar ... Foram inúmeras as vezes que erramos uma com a outra, mas que também nos arrependemos, por que no fundo sabíamos que havia um sentimento enorme de amor e amizade mais que verdadeiro que sempre iria varrer qualquer outro sentimento que pudesse fazer com que nos afastássemos.
Jamais caíra no esquecimento essa linda história.
Talvez por questão de uma falta de esclarecimento, não haja mais tempo para corrigir os erros, mas dentro de mim seremos sempre as "MC", pois independendo do que aconteça jamais deixarás de ser a minha AMORA e nisso eu ainda acredito.

Ps : ~ Faz muita falta minha negra.


Suas dúvidas.

Hoje pela manhã, acordei com vontade de andar pelas ruas vazias dessa cidade fútil que me encontro, enquanto meu coração batia um tanto quanto descontrolado, sem motivo algum eu procurava pensar menos em você e talvez não pensar em nós. Foi quando, naquele momento um automóvel aparentemente igual ao seu, passou ao meu lado, meio que automaticamente meu coração disparou e a respiração quase parou. Percebi que ao olhar para o retrovisor não seria seu rosto com expressão irônica que eu veria. Por um momento senti saudades, mas não poderia ligar, arrumar uma desculpa e no fim do dia te ver no lugar de sempre, nem ao menos poderia entrar no "msn" e poder te ver na "Web". Apenas me restava a opção de ignorar a vontade de estar contigo que a cada momento parecia aumentar, cada vez mais e mais. Estava cansada da falta da sua presença. Eu que sempre fui acostumada com a sua companhia mesmo que raramente, agora nem raramente podia contar com o seu olhar. Eu tinha tudo que antes sentia falta porém naquela hora não me parecia o bastante, pois você não se encontrava por perto e quem sabe nem dentro de mim.

 15 de janeiro de 2012 ~ 19:20

domingo, 29 de janeiro de 2012

Dias de remorso e solidão.

Era escuro, eu tentava fugir do meus problemas, das minhas tantas decepções e dos meus medos, negros medos. Mas nem tão tarde assim eles acabaram por me encontrar. Nem sempre fugir e se esconder é a solução.
Ando chutando folhas na sergeta, no meio da madrugada, uma vez que outra encontro umas caixinhas, chamadas "caixinha da sorte". Dentro delas encontramos duas opções, uma delas me leva para uma vida fácil de alegrias múltiplas, a outro encontra-se em um fundo falso, tal me impulsiona para uma vida passada de erros com rabiscos de felicidade mas que no final acaba por me fazer entender o que é realmente ser feliz ... Acabo por joga-las sempre fora por não saber qual opção escolher ...
Este pequeno sentimento de saudade me causa a maior dor imaginável, não deveria mas sinto muita falta de pessoas que não merecem nem um espaço em minha mente.
Ah coração idiota, ah pequeno coração estupido, por que me fazes sentir assim ?
Por que me fazes sentir tudo isto como se fosse nada ?
Me sinto tão frágil, como uma peça de porcelana em meio a um terremoto ...
Tudo pode me ferir, nada pode me impedir de quebrar, exceto um milagre ou algo semelhante, por que ?
Me sinto como se coisas pudessem se modificar dentro de mim, porém não sinto nada de modificando,
Ouço gritos, palavras inúteis, conselhos sem sentido e pessoas impondo regras fúteis ...

NINGUÉM PARECE SABER O QUE ESTÁ FAZENDO, E EU DISSE NINGUÉM.

Mais um minuto em vão.

Fui fruto de um silêncio ensurdecedor, de um amor falso, de uma intimidade fútil, de sentimentos sem sentido ...
Onde hoje posso afirmar que sussurros me irritam, um choro aqui, um grito ali e meu mundo está perto de desabar, quero um colo fofo, um cafuné que me transmita segurança, quero um abraço da mamãe que não me pertence mais, quero aquela atenção extra que nunca foi voltada a mim, quero uma vida que não me pertence e talvez nunca venha a pertencer.
Fui em busca da infância perdida, daquela mãe merecida que me surpreendeu com dois irmãos, talvez não fosse ciumes, talvez fosse falta de carinho ou medo de ter crescido, talvez fosse vontade de ser reprendida e depois ver aquela mão bem mais que amiga, acariciando o meu cabelo e pensando no meu futuro. Queria a atenção de um bebê, a atenção que recebem meus irmãos, mas me sobra idade e maturidade pra isso. Me senti infeliz ao presenciar certas coisas monótomas que mães e filhos vivem todos os dias, mas que eu não vivi. La no fundo me vejo como se a unica parte de filha que me restasse fosse a responsável para então tomar conta dos irmãos ...
Pois faltam-me palavras para descrever a frustração de não ter então a atitude de mãe e carinho materno, o grande amor de mãe ...
Tenho medo de não saber agir diante a famílias felizes, lembro-me dos poucos e únicos momentos que tive junto a minha completa.
Hoje sinto a depressão presente, fico tentando ter o que sei que não tenho e nem posso ter, queria voltar a ser criança mas sabendo das coisas que sei, pois assim talvez pudesse aproveitar mais o tempo que tive.
Tento esconder e talvez não sentir, mas a mágoa vive comigo, bem dentro de mim.
Quero voltar para casa, quero a minha meia família que vale mais que tudo, pois sei que lá poderei ver as famílias felizes e não sentir inveja ou remorso por não ter uma igual. Por não poder ter uma igual e talvez nunca conseguir ter uma ...